Pauta histórica dos Sindicatos e da CUT, a redução da jornada de trabalho está no topo dos debates nas redes sociais. A discussão sobre o fim da escala 6 X 1 (seis dias de trabalho e um de descanso semanal) tem ganhado força nos últimos dias com apoio da classe trabalhadora.
A câmara dos deputados discute uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), apresentada em 1º de Maio, que propõe o fim da escala e a adoção de uma jornada de 36 horas semanais, dividida em quatro dias. A proposta, que conta com o apoio de mais de 130 parlamentares, ainda precisa alcançar 171 assinaturas dos 513 parlamentares da Casa para avançar no Congresso.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, defendeu a medida e lembrou que a categoria metalúrgica tem jornada menor por conta de acordos históricos.
“Em sua maioria, nossa categoria já trabalha 40 horas semanais por meio de acordos históricos que garantiram esse direito para nossa aguerrida base. Mas essa ainda não é a realidade em todo o Brasil. Não à toa, a nossa gloriosa Central Única dos Trabalhadores tem como uma das suas principais bandeiras a luta pela redução de jornada”.
É lenda!
“A redução de jornada é um ganho, não somente para os trabalhadores, mas também para as empresas, pois aumenta a produtividade. Tanto é verdade, que nos EUA, um dos berços do capitalismo, a jornada é de 40 horas. As empresas não quebraram por conta da redução de jornada, é lenda que as empresas vão quebrar”, defendeu o presidente.
Economia pujante
“O que defendemos é uma economia parruda, pujante e crescente, com isso todos ganham. A redução de jornada traz vida. Quantos empregos mais poderiam ser gerados? Vamos continuar lutando para que essa seja uma realidade cada vez mais presente no nosso país. Estamos juntos com todos aqueles que defendem a redução de jornada, contem com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nessa batalha”.
No mundo
Moisés destacou ainda que países como França, Dinamarca, Bélgica, Holanda possuem jornadas semanais abaixo de 40 horas. Já Alemanha, Portugal, Espanha, Austrália, Nova Zelândia e EUA adotaram a jornada de 40 horas semanais e na América do Sul, a jornada de 40 horas foi adotada pelo Chile.
O Brasil é um dos países do G20 com a maior média de horas semanais trabalhadas, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
O país fica atrás apenas de Índia, China, México, África do Sul, Indonésia e Rússia, considerando as nações do grupo. A Índia lidera o ranking com uma média de 46,7 horas de trabalho semanal e com 51% de seus trabalhadores com uma carga de mais de 49 horas de trabalho por semana. O país é acompanhado pela China com uma média de 46,1.
Petição pública
Há uma petição pública sobre o tema disponível em: https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR135067
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – 14/11/2024