A alta nos alimentos penaliza os mais pobres. Em janeiro, o preço da cesta básica subiu em 11 das 17 Capitais pesquisadas pelo Dieese. Em pelo menos nove, o valor do conjunto de alimentos superou os R$ 700,00, mais da metade do atual salário mínimo, R$ 1.302,00.
Quando se compara custo da cesta com salário mínimo, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em média, 57,18% da renda pra adquirir os produtos alimentícios básicos.
O Nordeste liderou o aumento da cesta básica: Recife (7,61%), João Pessoa (6,80%) e Aracaju (6,57%). Segundo Patrícia Costa, supervisora de Pesquisas do Dieese, os itens tomate e farinha de mandioca foram dois que pressionaram o valor da cesta na Região.
São Paulo permanece com a cesta mais cara: R$ 790,57. Depois, vêm Rio de Janeiro, R$ 770,19, Florianopolis, R$ 760,65 e Porto Alegre, R$ 757,33.
O sindicalismo cobra do governo o retorno da política de valorização do salário mínimo, a fim de que chegue ainda este ano a R$ 1.343,00.
Segundo o Dieese, baseado no valor da cesta em SP, o salário mínimo deveria ser de R$ 6.641,58, pra cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família de quatro pessoas.
Para a pesquisadora, o resultado de janeiro segue a trajetória do ano passado. Ela explica: “A taxa de câmbio é muito alta, o que estimula a exportação. Essa taxa também encarece os custos da produção agrícola, alimentando o ciclo de altas”.
Patrícia enxerga mudanças no cenário, pois o novo governo implanta politicas mais eficientes. “Porém, demora um certo tempo pra que as medidas comecem a surtir efeito nos preços”, explica a economista.
Leia a íntegra da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Fonte: www.fsindical.org.br